sábado, 16 de maio de 2009

Currrículo, conhecimento e cultura




Autores: Antônio Flávio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Babel, currículo e cultura

Ao assistir o filme “Babel”, de Guillermo Arriaga pude refletir sobre as fronteiras que os povos constroem e perpetuam, inclusive nas crianças.
Cada nação, tendo seus costumes, não se questiona quanto a serem estes certos ou errados; eles fazem parte das suas vidas, foram introjetados e acabam por se confundir com a própria pessoa, tidos como natural.
Dentro deste contexto, no Oriente Médio, crianças não vão à escola para pastorear o rebanho portando arma; pais americanos fomentam o preconceito nos filhos, ensinando-lhes que os mexicanos são perigosos; uma mulher americana não pode receber socorro oficial, em território marroquino, após ser baleada neste mesmo território; um policial latino a serviço da migração americana prende uma senhora mexicana por tentar atravessar a fronteira, não importando as explicações que esta lhe desse.
Por outro lado vemos hábitos e padrões de vida ocidentais sendo importados por culturas tradicionais como a japonesa, em nome de uma globalização que impõe modelos a se consumir ao mesmo tempo em que também se utiliza do que é próprio de cada cultura, como os pratos típicos de determinados países ou a vestimenta, difundindo-os pelos continentes e mercadificando-os.
A globalização que se pretende homogeinizadora tem causado conflitos identitários e acentuado as diferenças.
Mas será que existe uma cultura superior à outra?
É exatamente este rigor de cuidado que a escola deve ter ao elaborar um currículo, promovendo um ensino que não seja tendencioso e manipulador; que esteja livre de intencionalidades ocultas.
À escola cabe o papel de uma ação que habilite cidadãos a atuarem de modo crítico, com capacidade de intervir na sociedade, respeitando as diferenças culturais do outro, reconhecendo neste as suas qualidades e não algo pior que deva ser mudado.
Essas discussões tem que estar presentes na escola, e devem envolver a escola em sua totalidade. Não podemos negar a diversidade cultural que nos cerca, pois só assim poderemos estabelecer novas relações sociais.
Tanto é importante não engessar os conhecimentos pré-existentes dos alunos com um conhecimento puramente acadêmico, abstrato, como abrir-lhes os horizontes de outras realidades diferentes, mas não menos importante.
O currículo escolar deve possibilitar a construção de novas verdades, para além do que esta estabelecido

terça-feira, 5 de maio de 2009

Produção de Saberes na escola: Suspeitas e Apostas

O autor faz uma análise das práticas de saberes, avaliando-as por meio de seus diferentes agentes, incluindo as experiências cotidianas. Para tanto, levanta oito suspeitas quanto ao que estaria acontecendo com a produção de saberes na escola.

Dentro das práticas citadas, podemos verificar que estas nem sempre têm alcançado o objetivo maior da educação que deve ser a qualidade de ensino para o aluno, com todas as implicações que este exercício requer, demandando observar as medidas organizacionais do sistema de ensino, formular meios para que haja um bom desempenho profissional dos professores, aproximar a pesquisa acadêmica e o trabalho dos professores, converter o ensino acadêmico em saber pedagógico, aproximar as pesquisas do processo de ensinar e aprender, formar professores embasados nas ações práticas do dia-a-dia escolar, promover praticas escolares que conduzam a uma educação de qualidade, a utilização de parâmetros mínimos de organização e acompanhamento sistemático na implementação de políticas como critério de escolha entre propostas de ensino e não simplesmente o fato de ser esta mais moderna e por isto a melhor a se aplicar.

É importante que ao se formular este tipo da análise não se caia no reducionismo de pensar o professor como causador de todos os problemas do atual ensino, e isto é colocado no texto apontando também as dificuldades do professor indo desde a questão das séries iniciais deficientes e da oferta de formação continuada, o caráter predominantemente teórico de sua formação e o seu distanciamento da realidade na qual o profissional de educação irá futuramente atuar, até a questão salarial.

Gostaria de acrescentar os problemas enfrentados pelos graduandos de licenciatura da FEBF quanto à carência ao preparo para uma educação inclusiva como já é previsto em nossas leis, pelo menos no que se refere à geografia, não há nada inscrito obrigatoriamente em nosso currículo que nos possibilite abrir a visão para esta prática. Ao sairmos da universidade nos depararemos com turmas mistas, e teremos que aprender fazendo!

No entanto gostaria de ressaltar o esforço pontual de alguns professores em trazer o assunto para o debate.

Quando o professor recém formado chega a uma escola encontra uma realidade totalmente diferente daquela apregoada nas universidades, pois geralmente o embate cotidiano com problemas escolares diversos, a burocracia, juntamente com a degradação social e econômica da profissão, conduz a um descrédito quanto as teorias acadêmicas por parte dos professores que já têm suas práticas enrijecidas, e este momento que deveria ser de intercâmbio e reciprocidade acaba por não acontecer se este professor, que está adentrando no âmbito profissional não for determinado quanto a sua formação e ao mesmo tempo flexível para se moldar ao que for realmente edificável á sua atuação. É importante que haja uma associação entre a teoria e a prática de modo que ambos se complementem em um ciclo que é constante.

Outro ponto levantado e de grande importância foi o das práticas educacionais que têm sido formuladas antes para proporcionar uma resposta imediatista à sociedade, interessando somente os processos e não os resultados, desconsiderando-se a viabilidade de sua operação. É neste contexto de neoliberalismo que podemos falar dos ciclos que contribuem mais para trazer uma resposta quantitativa às pesquisas educacionais, do que para promover a qualidade cognitiva das aprendizagens.

O autor também traz contribuições no que diz respeito ao que seria possível para que estes problemas, ‘suspeitas’, sejam combatidos, e as intitula de ‘apostas’.

No bojo dessas apostas podemos perceber a importância da formação do professor, que é extremamente complexa, para que se alcance o objetivo de uma educação de qualidade, sendo para tanto necessário uma formação continuada que associe a teoria á prática, passando pelo domínio dos conteúdos, o uso da didática, o desenvolvimento das competências do pensar nos alunos, a preparação pedagógico-didática dos formadores de professores, avaliação do desempenho dos professores privilegiando também o processo educativo e os seus resultados e melhores níveis salariais.

Todo esse trabalho de qualificação profissional contribuirá para uma sociedade mais equillibrada e um ensino mais atual, possibilitando uma educação mais coerente e crítica.

A mudança, em qualquer sociedade, é um processo político. É fundamentalmente uma tentativa das classes dominantes de manterem a dominação, das classes intermediárias se associarem em seu proveito à dominação ou alterarem o seu conteúdo e as suas formas. Em sentido inverso, e uma tentativa das classes subalternas no sentido de modificar ou destruir a dominação. Pode-se ver que a polarização é muito complexa. (FERNANDES,1986, p.25)

Bibliografia

FERNANDES, Florestan. A formação política e o trabalho do professor. In: CATANI,D.B.

[et al] (orgs.). Universidade, escola e formação de professores. São Paulo: Brasiliense,

1986. p. 25.