sexta-feira, 8 de maio de 2009

Babel, currículo e cultura

Ao assistir o filme “Babel”, de Guillermo Arriaga pude refletir sobre as fronteiras que os povos constroem e perpetuam, inclusive nas crianças.
Cada nação, tendo seus costumes, não se questiona quanto a serem estes certos ou errados; eles fazem parte das suas vidas, foram introjetados e acabam por se confundir com a própria pessoa, tidos como natural.
Dentro deste contexto, no Oriente Médio, crianças não vão à escola para pastorear o rebanho portando arma; pais americanos fomentam o preconceito nos filhos, ensinando-lhes que os mexicanos são perigosos; uma mulher americana não pode receber socorro oficial, em território marroquino, após ser baleada neste mesmo território; um policial latino a serviço da migração americana prende uma senhora mexicana por tentar atravessar a fronteira, não importando as explicações que esta lhe desse.
Por outro lado vemos hábitos e padrões de vida ocidentais sendo importados por culturas tradicionais como a japonesa, em nome de uma globalização que impõe modelos a se consumir ao mesmo tempo em que também se utiliza do que é próprio de cada cultura, como os pratos típicos de determinados países ou a vestimenta, difundindo-os pelos continentes e mercadificando-os.
A globalização que se pretende homogeinizadora tem causado conflitos identitários e acentuado as diferenças.
Mas será que existe uma cultura superior à outra?
É exatamente este rigor de cuidado que a escola deve ter ao elaborar um currículo, promovendo um ensino que não seja tendencioso e manipulador; que esteja livre de intencionalidades ocultas.
À escola cabe o papel de uma ação que habilite cidadãos a atuarem de modo crítico, com capacidade de intervir na sociedade, respeitando as diferenças culturais do outro, reconhecendo neste as suas qualidades e não algo pior que deva ser mudado.
Essas discussões tem que estar presentes na escola, e devem envolver a escola em sua totalidade. Não podemos negar a diversidade cultural que nos cerca, pois só assim poderemos estabelecer novas relações sociais.
Tanto é importante não engessar os conhecimentos pré-existentes dos alunos com um conhecimento puramente acadêmico, abstrato, como abrir-lhes os horizontes de outras realidades diferentes, mas não menos importante.
O currículo escolar deve possibilitar a construção de novas verdades, para além do que esta estabelecido

Um comentário:

  1. Márcia, vocë fez uma reflexão interessante do filme. Algumas observações:
    1. reveja quem é o diretor do filme, não é o Gillermo...
    2. apresente um resumo do filme, vocË apresentou uma sinopse... O ideal é que, ao apresentar cenas, partes do filme, vocë faça uma breve análise, focalizando o tema e as relações com o que foi discutido no texto de Antonio Flávio e Vera Candau...
    3. As conclusões estão boas, mas podem ser rearticuladas a partir de novos elementos que você coloque na reflexão.

    Abs
    Ivan

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